Índice
- Introdução
- Freada brusca na AI
- Bill gates fora da realidade
- Conclusão
1. Introdução
Em setembro, ao descrever Os Dois Lados da IA e da Computação Quântica, citei que as empresas de IA alcançaram, em 2022, a 1º fase da IA, a Estreita (ANI), como exemplo temos o Chat GPT. Já no início de 2023, entraram numa espécie trégua, pedida por 1.000 especialistas da área, temendo o rápido e inseguro desenvolvimento da 2º fase da IA, a Generalizada (AGI), que igualaria as capacidades das máquinas às humanas e, próximo passo, nos colocaria sob o risco de, na 3º fase da IA, a Super (ASI), sermos superados, feitos obsoletos e dominados pela mesma. Hoje, traremos os resultados desta trégua e, também, da polêmica declaração de Bill Gates, de que o avanço crescente da IA pode levar a uma jornada de trabalho semanal de três dias.
2. Freada brusca na AI
A primeira vítima desta trégua no desenvolvimento da IA, foi Sam Altman, pai do Chat GPT, e chefão da OpenAI, que, em 17\11, foi expulso do comando da empresa, por estar trabalhando em um arriscado projeto de IA Generalizada (AGI), entre outras queixas. Dias antes, funcionários da empresa por trás do ChatGPT, teriam enviado uma carta ao conselho alertando sobre uma poderosa descoberta que poderia ameaçar a humanidade. Um modelo de aprendizagem conhecido como Q* (refere-se Q-Star ou Q-Learning) teria sido o pivô da demissão do executivo, que voltou ao cargo em 20/11, junto com Greg Brockman, co-fundador também afastado, ambos acompanhados de perto de um novo conselho de 3 pessoas. A segunda vítima foram os apressadinhos (secos para verem cenas Terminator ou Matrix), pois, em 27/11, 18 países, incluídos EUA e RU, assinaram uma espécie de tratado internacional, concordando que empresas de IA precisariam seguir certas recomendações de cibersegurança ao projetar, desenvolver, lançar e monitorar seus modelos de IA. Pena não terem tocado em dois pontos-chaves: coleta de dados e infração de direitos autorais de chatbots. Os acordos, tanto de Altman, quanto dos 18 países, pisa no freio da IA, alertando aos usuários, que tão cedo não teremos a Super IA (ASI), embora financiadores, governos e cientistas continuarão a pesquisá-la secretamente e de modo ainda mais acelerado.
3. Bill Gates fora da realidade
Em 25\11, Bill Gates diz que o avanço da IA pode nos levar a uma jornada de trabalho semanal de três dias. Até agora, o mais próximo que se chegou disso foi na Europa, onde Bélgica, Islândia, Escócia e Espanha, desde o final de 2022, e Reino Unido, Portugal e Alemanha, em 2023, são alguns dos países que adotaram a jornada reduzida de 4 dias semanais de trabalho, no esquema 100:80:100 (100% do salário, em 80% do tempo, com 100% de produtividade). Os testes incluem Emirados Árabes, Nova Zelândia e Japão, ainda não terminaram, mas a maioria deles querem estender a experiência, alguns, permanentemente. Daí, mencionar 3 dias por semana é um contra-senso, não seria algo realista para esta década. Além disso, a IA é mais conhecida como extintora de empregos, a exemplos dos cargos aqui expostos que já começaram a desaparecer: Ilustrador, Redator, Recepcionista, Assistente administrativo, Contador, Bibliotecário, Caixa de supermercado e de banco, Arquivista, Porteiro, Vendedor, Piloto de avião, Linha de produção, Operador Telemarketing, Analista financeiro e de Crédito, Dublador, Tradutor-intérprete, Professor teórico, Professor de idioma, Jornalista, Médico, Advogado, Contador, Motorista de veículo. A BBC já previa em 2019, que 800 milhões de empregos seriam automatizados em 10 anos (2029). Apesar da argumentação de que a IA não só extingue, mas, também, repõe novos empregos esbarra em três pontos: 1-A reposição não é tão rápida, 2-Os novos empregos não são para os substituídos pela IA, 3-Uma IA avançada pode extinguir até mesmo os novos empregos que ela criou. Isto é um paradoxo, como diria uma empreendedora Isabella Muri: ‘Trabalhamos hoje com as máquinas, que nos substituirão amanhã’. Se o recém-formado, mesmo com mestrado ou doutorado, não for o cérebro de um unicórnio (startup rentável), ficará mofando na fila do primeiro emprego.
4. Conclusão
A inquietação é dupla: seja quanto ao desenvolvimento seguro e ético da inteligência artificial generalizada (AGI), quando há uma grande demanda, disputa pelo controle e muito dinheiro em jogo. Seja quanto a garantia de emprego, renda e benefícios do trabalhador, mais do que se trabalhará 40, 32 ou 24 horas por semana, em outras palavras, se a máquina lhe permitirá que trabalhe e se aposente ao invés de substituí-lo e descartá-lo.
VERSÃO EM INGLÊS
Artificial Intelligence: Uncovering Contradictions and Challenges
Index
- Introduction
- Abrupt brake on AI
- Bill gates out of touch
- Conclusion
1. Introduction
In September, when describing The Two Sides of AI and Quantum Computing, I mentioned that AI companies reached, in 2022, the 1st phase of AI, Narrow (ANI), as exemplified by Chat GPT. However, in early 2023, they entered a sort of truce, requested by 1,000 experts in the field, fearing the rapid and insecure development of the 2nd phase of AI, Generalized (AGI), which would equalize machine capabilities to humans and, as a next step, put us at risk of being surpassed, rendered obsolete, and dominated by the 3rd phase of AI, Super (ASI). Today, we will bring the results of this truce and also address the controversial statement by Bill Gates that the increasing advancement of AI could lead to a three-day workweek.
2. Abrupt brake on AI
The first casualty of this truce in AI development was Sam Altman, the creator of Chat GPT and head of OpenAI, who, on 17/11, was ousted from the company’s leadership for working on a risky Generalized AI (AGI) project, among other complaints. Days before, employees of the company behind ChatGPT had reportedly sent a letter to the board warning about a powerful discovery that could threaten humanity. A learning model known as Q* (referring to Q-Star or Q-Learning) was said to be the catalyst for the executive’s dismissal, who returned to the position on 20/11, along with Greg Brockman, a co-founder also temporarily removed, both closely monitored by a new 3-person board. The second casualty was the rushers (keen on seeing Terminator or Matrix scenes), as on 27/11, 18 countries, including the US and the UK, signed a kind of international treaty agreeing that AI companies would need to follow certain cybersecurity recommendations when designing, developing, launching, and monitoring their AI models. Unfortunately, they did not touch on two key points: data collection and copyright infringement by chatbots. The agreements, both from Altman and the 18 countries, put the brakes on AI, warning users that we will not have Super AI (ASI) anytime soon, although financiers, governments, and scientists will continue to secretly and even more rapidly research it.
3. Bill gates out of touch
On 25/11, Bill Gates said that the progress of AI could lead us to a three-day workweek. So far, the closest we’ve come to that is in Europe, where Belgium, Iceland, Scotland, and Spain, since the end of 2022, and the UK, Portugal, and Germany, in 2023, are some of the countries that have adopted a reduced 4-day workweek under the 100:80:100 scheme (100% of salary, in 80% of the time, with 100% productivity). Tests include the United Arab Emirates, New Zealand, and Japan, which have not yet concluded, but most of them want to extend the experiment, some permanently. Therefore, mentioning a three-day workweek is a contradiction and not a realistic expectation for this decade. Furthermore, AI is better known as a job eliminator, as evidenced by the roles listed here that have already begun to disappear: Illustrator, Writer, Receptionist, Administrative Assistant, Accountant, Librarian, Supermarket and Bank Cashier, Archivist, Doorman, Salesperson, Airplane Pilot, Production Line Worker, Telemarketing Operator, Financial and Credit Analyst, Voice Actor, Translator-Interpreter, Theoretical Teacher, Language Teacher, Journalist, Doctor, Lawyer, Driver. In 2019, the BBC predicted that 800 million jobs would be automated in 10 years (2029). Despite the argument that AI not only eliminates but also creates new jobs, it faces three points: 1-The replacement is not so fast, 2-The new jobs are not for those replaced by AI, 3-An advanced AI can even eliminate the new jobs it created. This is a paradox, as entrepreneur Isabella Muri would say: ‘Today we work with machines that will replace us tomorrow.’ If the recent graduate, even with a master’s or doctorate, is not the brain behind a unicorn (profitable startup), they will be languishing in the first-job queue.
4. Conclusion
The concern is twofold: both regarding the safe and ethical development of generalized artificial intelligence (AGI), when there is high demand, a struggle for control, and a lot of money at stake. Also, concerning the guarantee of employment, income, and worker benefits, more than whether we will work 40, 32, or 24 hours a week—in other words, whether the machine will allow us to work and retire instead of replacing and discarding us.
Escrito por: Walter Ferreira dos Santos, professor de inglês e português para estrangeiros, Rio de Janeiro.
Para contato: WhatsApp: (021) 96576-6581; E-mail: walterfsantos2008@gmai.com
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