TRANSCRIÇÃO
Mandy: Hello, Manu.
Manu: Hey, Mandy. How are you today?
Mandy: Terrible. I have really bad anxiety. I didn’t sleep at night at all because of it.
Manu: This is a problem that you have often?
Mandy: Yes. When I get really anxious, I can’t sleep and I basically don’t function properly.
Manu: I feel you. I have, like, an anxiety disorder. I’ve been diagnosed with it. Actually, my anxiety was diagnosed together with my OCD, and my psychiatrist told me that one is the result of the other, that the anxiety is a very common progression from OCD. But it’s very rare for a person who has OCD to not have some form, some form of anxiety disorder.
Mandy: It’s terrible. I just wish I could press a button and turn it off, you know.
Manu: It’s so weird because like, besides OCD and anxiety, I also was diagnosed with depression. And depression comes with a lot of apathy. So a lot of depression is you not being able to feel anything at all. And then you’re anxious and it makes no sense. Like, I can’t feel anything, I feel so apathetic. I don’t feel like I’m a real person and I cannot connect with the world. But I’m also very anxious, like, what is going on?
Mandy: That’s crazy.
Manu: Not all mental health issues are mental illnesses, like we have ADHD, even OCD, but autism, they are things that you deal with and they are sometimes issues, but they’re not, as far as I’m aware, technically illnesses. For example, OCD, which is obsessive compulsive disorder. It’s something that is for life. There is no getting rid of it. I manage the symptoms. I learn to deal with it. At the moment, I’m not even on any medication. I got rid of all of that after half a decade of treatment and you learn to live with it. And I feel like that when you accept the way you function, when you accept your special needs, then it becomes way easier. When I began to see my compulsions as a special need instead of as a shameful thing that I had to suppress at all costs, it became so much easier to deal with it. That’s what I would like, crack my fingers and most of my compulsions are related to repetition and numerical repetition. So, for example, I had a really big issue with tying my shoelaces to the point where I would not tie my shoelaces. I tied my shoelaces once and I left them tied throughout the whole school year and I would just shove my feet into my sneakers and all of them without untie my shoelaces because I would waste like hours if I had to tie them.
So, for example, nowadays, instead of thinking, okay, I cannot buy shoes with shoelaces because I can’t tie them, I understand where the compulsion comes from and I can manage that expectation beforehand. So, for example, I would literally talk to myself because OCD, especially, comes with intrusive thoughts. So the thought is if I don’t tie and tie my shoelaces 15 times, then I’m going to die in a car accident. And it’s irrational. And I understand that it’s irrational, but it’s there nonetheless. Nowadays, I can literally look myself in the eye and talk to myself like we know that it’s not going to happen. We know that whether or not an accident happens, that it is not in your control. So I will literally talk to myself about these expectations that come from. I’m not even sure if this expectation is the right word, but about these thoughts that are out of my control and rationalizing it and having an open conversation with myself instead of just shaming myself and saying, Stop being crazy, you’re so dramatic, it becomes easier to do it.
Mandy: Thank you for sharing your story with me. I think it was really important to get to know more about it and to know a little more about how you deal, how you deal with it. And you said yourself something really important that is, uh, we need to accept our condition. It is a condition, after all. And it’s not something to be ashamed of or something that we need to get rid of because there is no getting rid of it. So what we do is we accept. In my case, I accept that I am anxious, that I do have anxiety and I have to learn how to deal with my anxiety.
Manu: I think we need to be much more accommodating and much more understanding of people who have mental illnesses because as I said, the part where you treat people who have any form of mental condition as drama queens and they are overreacting and exaggerating is so prevalent and it prevents people from getting better and it causes them unnecessary suffering and harm. Rest is a necessity and it preserves your sanity, your mental health. And you can’t be healthy mentally if you don’t have proper rest. And rest is not just sleeping. Sometimes rest is doing physical activities that don’t require much thought because sometimes you’re mentally exhausted, not physically exhausted. So you need to go for a walk where you can just walk and not worry about anything. But you need to like, um, I did a lot of Muay Thai boxing, all of that. It really helped me a lot to burn off steam. And it was an hour, like three times a week where I did not need to think.
Mandy: Yes, I’ve been running, uh, for over a week now. And when I am out running, it’s exactly what you said. I don’t need to think. All I’m thinking is like, okay, I just need to go past, uh, 300m, 400m. And it is the only time of the day that I am not over thinking about bills or what I need to do work or anything. And it is a time for me to breathe and to get out of my mind a little.
Manu: So I was born with the disorder and it became depression and anxiety when it did not receive the care and the treatment that it required. Many mental health issues are debilitating and you know that they are fatal and they can kill you and be treated as seriously as they ought to be treated. Is key to avoid it completely destroying you. So if you think that you might have some sort of mental health issue, you should seek a healthcare professional. You should talk about it.
Tradução
Mandy: Olá, Manu.
Manu: Ei, Mandy. Como você está hoje?
Mandy: Terrível. Estou com uma ansiedade muito forte. Não consegui dormir à noite por causa disso.
Manu: Isso é algo que acontece com frequência?
Mandy: Sim. Quando fico muito ansiosa, não consigo dormir e basicamente não consigo funcionar direito.
Manu: Eu te entendo. Eu tenho tipo um transtorno de ansiedade. Fui diagnosticado com isso. Na verdade, minha ansiedade foi diagnosticada junto com meu TOC, e meu psiquiatra me disse que um é resultado do outro, que a ansiedade é uma progressão muito comum a partir do TOC. Mas é muito raro uma pessoa com TOC não ter algum tipo, algum tipo de transtorno de ansiedade.
Mandy: É terrível. Eu só queria poder apertar um botão e desligar isso, sabe.
Manu: É tão estranho, porque além do TOC e da ansiedade, também fui diagnosticado com depressão. E a depressão vem com muita apatia. Então, muitas vezes, na depressão, você não consegue sentir nada, absolutamente nada. E então você está ansioso e não faz sentido. Tipo, eu não consigo sentir nada, me sinto tão apático. Não sinto que sou uma pessoa real e não consigo me conectar com o mundo. Mas também estou muito ansioso, tipo, o que está acontecendo?
Mandy: Isso é doido.
Manu: Nem todos os problemas de saúde mental são doenças mentais, como temos o TDAH, até mesmo o TOC, mas o autismo, são coisas com as quais lidamos e às vezes são problemas, mas não são, pelo que sei, tecnicamente doenças. Por exemplo, o TOC, que é o transtorno obsessivo-compulsivo. É algo para a vida toda. Não dá para se livrar dele. Eu gerencio os sintomas. Aprendi a lidar com isso. No momento, nem estou tomando medicação. Livrei-me de tudo isso depois de meio década de tratamento e aprendi a conviver com isso. E sinto que quando você aceita a forma como funciona, quando aceita suas necessidades especiais, fica muito mais fácil. Quando comecei a ver minhas compulsões como uma necessidade especial em vez de uma coisa vergonhosa que eu tinha que reprimir a todo custo, ficou muito mais fácil lidar com isso. É o que eu gostaria, estalar os dedos e a maioria das minhas compulsões estão relacionadas à repetição e repetição numérica. Então, por exemplo, eu tinha um grande problema em amarrar meus cadarços a ponto de não amarrar meus cadarços. Amarrei meus cadarços uma vez e os deixei amarrados durante todo o ano escolar e só enfiei os pés nos tênis sem desamarrar os cadarços, porque perderia horas se tivesse que amarrá-los.
Então, por exemplo, hoje em dia, em vez de pensar, ok, não posso comprar sapatos com cadarços porque não consigo amarrá-los, eu entendo de onde vem a compulsão e posso gerenciar essa expectativa antecipadamente. Por exemplo, eu literalmente converso comigo mesmo porque o TOC, especialmente, vem com pensamentos intrusivos. O pensamento é que se eu não amarrar e desamarrar meus cadarços 15 vezes, vou morrer em um acidente de carro. E é irracional. E eu entendo que é irracional, mas ainda está lá. Hoje em dia, eu posso olhar nos meus olhos e conversar comigo mesmo, sabemos que não vai acontecer. Sabemos que, aconteça ou não um acidente, isso não está no seu controle. Então, eu literalmente converso comigo mesmo sobre essas expectativas que vêm de. Nem tenho certeza se a palavra “expectativa” é a certa, mas sobre esses pensamentos que estão fora do meu controle e racionalizo isso e tenho uma conversa aberta comigo mesmo em vez de simplesmente me envergonhar e dizer, Pare de ser louco, você é tão dramático, fica mais fácil de lidar.
Mandy: Obrigada por compartilhar sua história comigo. Acho que foi muito importante conhecê-la mais e saber um pouco mais sobre como você lida com isso. E você mesmo disse algo muito importante, que é, precisamos aceitar nossa condição. É uma condição, afinal. E não é algo de que devemos nos envergonhar ou algo de que precisamos nos livrar, porque não dá para se livrar disso. Então o que fazemos é aceitar. No meu caso, aceito que estou ansiosa, que tenho ansiedade, e preciso aprender a lidar com minha ansiedade.
Manu: Acho que precisamos ser muito mais compreensivos e compreensivos com as pessoas que têm doenças mentais, porque, como eu disse, a parte em que tratamos pessoas com qualquer forma de condição mental como dramáticas e exageradas é tão comum e impede as pessoas de melhorar e causa a elas sofrimento e danos desnecessários. O descanso é uma necessidade e preserva sua sanidade, sua saúde mental. E você não pode ser mentalmente saudável se não tiver um descanso adequado. E o descanso não é apenas dormir. Às vezes, o descanso é fazer atividades físicas que não exigem muito pensamento, porque às vezes você está mentalmente exausto, não fisicamente exausto. Então, você precisa dar uma caminhada onde pode simplesmente caminhar e não se preocupar com nada. Mas você precisa fazer coisas como, por exemplo, eu fiz muito Muay Thai, tudo isso. Isso realmente me ajudou a liberar a pressão. E era uma hora, três vezes por semana, em que eu não precisava pensar.
Mandy: Sim, tenho corrido há mais de uma semana agora. E quando estou correndo, é exatamente o que você disse. Não preciso pensar. Tudo o que estou pensando é tipo, ok, só preciso passar 300m, 400m. E é o único momento do dia em que não estou pensando demais em contas ou no que preciso fazer no trabalho ou em qualquer coisa. E é um momento para eu respirar e sair um pouco da minha mente.
Manu: Eu nasci com o transtorno e ele se tornou depressão e ansiedade quando não recebeu o cuidado e o tratamento necessários. Muitos problemas de saúde mental são debilitantes e você sabe que são fatais e podem matá-lo, e tratá-los com seriedade, como deveriam ser tratados, é fundamental para evitar que eles o destruam completamente. Então, se você acha que pode ter algum tipo de problema de saúde mental, deve procurar um profissional de saúde. Você deve falar sobre isso.