2 de Julho de 2023, 200 anos da Independência da Bahia, no Brasil [Português]

Transcrição

Fernanda: Tudo bom? Como é que você está? 

Ceci: Oi Fer, tudo bem, tudo tranquilo. 

Fernanda: Então a gente tá aqui hoje para conversar um pouquinho sobre o dois de julho. Para muitos fora da Bahia é uma data normal, né? Uma data qualquer, mas para gente é que o dois de julho é um feriado e é uma festa. É uma comemoração da Independência do Brasil na Bahia. Por que do Brasil na Bahia? Porque em dois de julho de 1823 os portugueses deixaram a terra aqui, naquele momento era a província da Bahia.

Então um ano depois da considerada independência do Brasil ainda existiam portugueses aqui. Eles só finalmente saíram quando o exército baiano fez com que eles se retirassem. Então é um momento que a gente celebra com desfiles, né? Os desfiles tem o Caboclo e a Cabocla que representam esses guerreiros que estiveram nessas batalhas. Temos fanfarras, orquestras e outros movimentos culturais em que todos se reúnem no centro histórico da cidade para comemorar esse momento. E esse ano é realmente especial porque a gente comemora 200 anos dessa data. E aí primeiramente eu queria saber de você qual é a sua conexão, sendo Argentina, com a Bahia.

Ceci: Pessoalmente, e só para tentar definir numa palavra só, é paixão, e eu me apaixonei pela Bahia graças a capoeira. A Bahia é o berço da capoeira então acho maravilhoso isso. A capoeira foi um movimento que teve muito a ver com essa libertação, né? Dessa independência da Bahia. E por ter sido a primeira capital do país. Então acho que tem muito a ver com a história viva da Bahia. A capoeira está muito ligada e tem muita história aí, então minha ligação com a Bahia é principalmente com a capoeira. E graças à capoeira tive a sorte já de chegar várias vezes na Bahia e aprender o português, que para mim foi muito bom. Me abriu muitas portas.

Fernanda: Legal. E qual é a sua conexão com o dois de julho? Com essa data especial?

Ceci: Então, o 2 de julho me fez lembrar de toda história que eu aprendi. Por causa disso me lembro muito de Mestre Bimba. Mestre Bimba foi um grande empreendedor. Ele foi um cara visionário. E até, muitas vezes, eu fico arrepiada porque essa luta que eles travaram desde os quilombos até agora eles continuam travando essas lutas.

Ultimamente por esse dois de julho eu tive assistindo alguns vídeos na internet e tem os movimentos de capoeira que estão lutando por ter capoeira nas escolas, porque é o único esporte genuinamente brasileiro. Então tem muito valor, tem muito valor a independência, tem muito valor Mestre Bimba. Ele era filho de Manoel Dos Reis Machado, que era africano. Mestre Bimba era africano. Então tem um valor muito importante para mim pessoalmente por causa disso, de conhecer a história da capoeira e como o mestre Bimba, foi uma pessoa que foi parte desse movimento, ele conseguiu expandir a capoeira, expandiu o português para ao redor de mais de 160 países, então é muita coisa.

Tudo que aconteceu porque a capoeira antigamente era proibida, era coisa de malandro e tal, e isso também foi uma espécie de libertação. Porque o Mestre Bimba conseguiu deixar pelo caminho certo a capoeira. Ele conseguiu através dos alunos dele fazer com que a capoeira fosse respeitada pelo governo e tal. Então acho que é muito importante essa ligação de independência porque até hoje a capoeira ainda precisa dessa independência e que ela seja considerada realmente com a importância que ela merece.

Fernanda: Que bom Ceci, que linda sua história e sua conexão com a Bahia e com essa data, né? E para quem gosta de capoeira ou se interessa pelo Brasil de qualquer maneira ou português é extremamente necessário para que você consiga se conectar com a história, você consiga não só falar com as pessoas aqui mas ler sobre isso, aprender sobre esses movimentos na história, né? Esses movimentos culturais, históricos que estão aí. E na escola a gente trabalha com português para estrangeiros, então a necessidade de aprender português está aí, a demanda está aí e a escola agora tem essa oportunidade paras pessoas que querem aprender um pouquinho mais sobre a nossa cultura, sobre a nossa língua. Obrigada. 

Ceci: Obrigada a você Fer.

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