Apesar de não ter começado como uma tradição mundial e nem ter um nome em português, a Black Friday se popularizou por todo mundo nos últimos anos e criou uma expectativa de compras e consumo muito grande no período anterior ao Natal.
Uma das principais características da data é sua associação a um feriado que não temos no Brasil, então pode ser um pouco confuso no início para nós. A Black Friday é o dia logo após a Thanksgiving (ou Ação de Graças), um daqueles feriados que não tem um data mas dia específico, sendo sempre comemorado na quarta quinta-feira de Novembro. Mas de onde veio essa tradição de um dia de descontos e vendas?
Acreditava-se que o termo para o dia vinha do conceito de que muitos empreendedores e comerciários trabalhassem sem muitos lucros até o período do Thanksgiving, popularmente no vermelho, e que logo no dia seguinte à celebração, o mercado tinha um fluxo intenso de atividades e as coisas voltavam aos eixos, deixando tudo normal, que seria o Black, em relação a sair do vermelho.
Mas não é apenas isso…
Seguindo a história completa, por volta da década de 1950 houve os primeiros indícios de uso do termo Black Friday para se tratar desse dia. Na cidade de Filadélfia, Pensilvânia, os policiais se referiam ao dia pelo termo por conta do grande número de pessoas, principalmente os moradores dos subúrbios, que iam para a cidade iniciar suas compras de fim de ano e todo o caos que a massa causava.
Não só a grande quantidade incomum de pessoas mas também possíveis e já esperados, como tráfego intenso, acidentes e até confusão nos locais de compras. Assim, para os policiais a “sexta-feira negra” era o dia de maior trabalho, com potencial para problemas e turnos extras de trabalho.
Como havia uma conotação negativa no uso do termo Black, houve uma tentativa de mudança de nome da data. No início da década de 1960, alguns comerciantes e outras pessoas tentaram transformar a data em “Big Friday”. Houve uma certa adequação ao nome mas não em nível nacional.
No fim da década de 1980, algumas pessoas do varejo tentaram trazer o nome de volta, mas sem toda conotação negativa ou pejorativa anterior, utilizando o termo como algo positivo. Aqui, a teoria inicial se choca e confirma de maneira mais palpável: realmente, a ideia era a de usar o nome original como “red to black”, já que a maior parte das lojas tinha muito lucro no dia.
E hoje em dia?
Apesar de não terem feito tanto sucesso nos outros países, a Black Friday também criou outros dias próximos, de promoções e públicos específicos como o Small Business Saturday, voltado para microempreendedores, a Giving Tuesday, para estimular doações, ou a Cyber Monday, para as compras online.
Hoje, já sabemos que a Black Friday é algo que dispensa qualquer tipo de tradução ou gera dúvida nas pessoas. O dia de preços baratos e possibilidade compras faz com que as palavras em inglês tenham sido muito bem introduzidas à nossa cultura e também gerando criações interessantes com o idioma, como Black November que algumas lojas dizem fazer promoção durante todo o mês, ou coisas do tipo.
Já enraizada em pouco tempo, muitas pessoas esperam ansiosamente a data para comprar coisas que desejam, esperando por preços menores e também tornando o termo sempre presente ao nosso dia-a-dia, mesmo que não seja relacionado a Novembro, já que a expressão virou significado para promoção.
Assim, a sexta-feira tão esperada, mesmo sem um nome próprio em português e dispensando por ser significada da melhor maneira possível, no bolso, veio para ficar e segue trazendo novidades e espalhando o idioma mesmo que nem percebamos! E não ficaríamos de fora dessa tradição. Dá uma olhada nos detalhes da nossa Black Week (a do ano passado acabou, esse ano teremos novidades, fique de olho!)
Ouça nosso podcast comentando sobre o assunto!
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Escrito por: Uilber Souza, Professor de Inglês na Idioma Independente em Salvador, Bahia.
Para contato: uilbersouza.ii@gmail.com